EMPREENDEDORISMO, GÊNERO E PRÁTICAS DE LIBERDADE: O entrepreneuring de mulheres que rompem com a lógica heteronormativa de
gênero

Nome: AMANDA SOARES ZAMBELLI FERRETTI
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 06/12/2021
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ELOÍSIO MOULIN DE SOUZA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALESSANDRA DE SÁ MELLO DA COSTA Examinador Externo
ELOÍSIO MOULIN DE SOUZA Orientador
MARCUS VINÍCIUS PEINADO GOMES Examinador Externo
PRISCILLA DE OLIVEIRA MARTINS DA SILVA Examinador Interno
RUBENS DE ARAÚJO AMARO Examinador Interno

Resumo: Tradicionalmente, os discursos que circulam sobre o campo empreendedor têm sido abordados com foco no mercado e como um fenômeno individual, atividade econômica desejável, algo inquestionavelmente positivo. Apresentado também como alternativa à desaceleração econômica, especialmente para
mulheres, esses discursos contribuem para a (re)produção normalizadora de quem pode se tornar empreendedor, reforçando uma lógica binária de gênero, além da invisibilização dos desafios enfrentados por mulheres no empreendedorismo. Entretanto, nos últimos anos, formas alternativas de compreensão do empreendedorismo têm contribuído para o avanço no debate sobre este fenômeno, especialmente a partir de uma perspectiva crítica e
sob a ótica de sujeitos tradicionalmente considerados marginalizados na literatura, entre eles as mulheres empreendedoras que ocupam espaços de mercado dominados pelo masculino. Assim, com base nos Estudos Críticos sobre Empreendedorismo (ECE), a partir da lógica do entrepreneuring, esta
tese teve o objetivo de compreender como os discursos relacionados ao
entrepreneuring de empreendedoras negras que possuem empreendimentos em segmentos de mercado dominados pelo masculino podem gerar possibilidades de resistência rumo a práticas de liberdade de gênero. Para isso, realizei entrevistas semiestruturadas com 14 mulheres empreendedoras. Posteriormente, os dados foram analisados por meio da Análise do Discurso Foucaultiana (ADF). Os resultados demonstraram que os discursos empreendedores ainda posicionam a mulher como o outro, em uma lógica heteronormativa de gênero. Adicionalmente, o contexto e os discursos analisados demonstraram que o empreendedorismo também é atravessado
pela interseccionalidade, contribuindo para a problematização sobre como a mulher empreendedora negra e a mulher empreendedora indígena ainda são posicionadas na lógica da sobrevivência, mesmo quando possuem negócios bem-sucedidos do ponto de vista econômico e social. Entretanto, essas mulheres, ao adotar um conjunto de atitudes distintas dos comportamentos tradicionais, buscam romper com a heteronormatividade no empreendedorismo, por meio da compreensão do tema não como algo fixo e estático, mas como um processo em constante transformação, o entrepreneuring. Essa forma alternativa de compreensão do empreendedorismo por meio do cuidado de si e consequentemente, dos outros, leva práticas de liberdade identificadas nesta tese como práticas de problematização e práticas de afirmação reflexiva.

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