AGORA Eu Decido Meus Horários de Trabalho: um Estudo Ergológico da Atividade de Profissionais Teletrabalhadores de um Órgão Público do Poder Judiciário
Nome: REBECA BORELI DE ANCHIETA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 17/09/2019
Orientador:
Nome | Papel |
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MÔNICA DE FÁTIMA BIANCO | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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MÔNICA DE FÁTIMA BIANCO | Orientador |
RUBENS DE ARAÚJO AMARO | Examinador Interno |
THIAGO DRUMOND MORAES | Examinador Externo |
Resumo: O presente estudo teve como foco as situações de trabalho de profissionais teletrabalhadores, mais especificamente de técnicos e analistas judiciários, de um Tribunal situado na cidade de Vitória-ES. O problema de pesquisa que norteia este estudo é o seguinte questionamento: como os servidores gerem as situações vividas no teletrabalho de uma organização pública do
poder judiciário? O objetivo foi compreender, à luz da Ergologia, os aspectos gestionários na atividade de servidores públicos teletrabalhadores do poder judiciário. Para atingir o objetivo proposto, primeiramente foi apresentado um referencial teórico, discutindo aspectos do contexto que deu origem e os principais conceitos do teletrabalho e, em seguida, a principal lente teórica utilizada neste estudo - a Ergologia. A produção de dados teve como base uma
investigação qualitativa, cuja primeira etapa foi consulta a Resolução CNJ 227/2016 que regulamenta o teletrabalho no âmbito do Poder judiciário além de outras informações obtidas no próprio website do Órgão. A segunda etapa foi entrevista semiestruturada e individual com 10 servidores que fazem teletrabalho, os participantes foram agregados ao estudo por meio da
técnica Bola de neve. A terceira e última etapa foi a observação direta de dois dias de trabalho presencial e um dia de teletrabalho de uma servidora. A análise dos dados se deu por meio da Análise de conteúdo das entrevistas e da observação direta o que possibilitou separar em quatro categorias de análise que foram definidas a posteriori, sendo elas: a) as dramáticas de ser servidor público e teletrabalhador; b) as frágeis fronteiras de tempo e espaço nas
atividades de um teletrabalhador; e c) teletrabalho e o coletivo de trabalho. Foi possível notar forte influência de valores individuais que levaram os servidores a escolherem ser servidores públicos e fazer teletrabalho. Notaram-se também os usos de si e as renormalizações frente às situações de teletrabalho em que não há delimitação clara de tempo e espaço de local de trabalho e lar. Além disso, discutiram-se os desdobramentos do teletrabalho em relação ao
coletivo de trabalho. Acredita-se que este estudo poderá contribuir para o esclarecimento das situações de trabalho vivenciadas por teletrabalhadores servidores públicos e seus sucessíveis usos de si e renormalizações nas situações de teletrabalho.