As abordagens da prática nos estudos organizacionais sobre Microempreendedores Individuais

Resumo: Os estudos organizacionais baseados nas práticas têm oferecido a possibilidade de se avançar na investigação do que ocorre no cotidiano das organizações pela via da prática. Dentro da variedade de tipos de estudos que podem se beneficiar dessa abordagem temos os estudos sobre os microempreendedores individuais. Eles surgiram a partir das diversas tentativas do Governo Federal para incentivar que o trabalhador informal assumisse a formalidade, o que levou a mudanças na legislação, culminando, em 2008, com a criação do que foi chamado de microempreendedor individual, pela Lei Complementar nº 128/2008 (COSTANZI; BARBOSA; RIBEIRO, 2011). Essa alteração na legislação potencializou impactos em práticas relacionadas com a questão previdenciária (COSTANZI; BARBOSA; RIBEIRO, 2011), do desemprego (GONDIM; ROSA; PIMENTA, 2017), do desempenho econômico e da condição fiscal (SILVA et al. 2014) dentre muitas outras relacionadas com o enquadramento como microempreendedor individual, envolvendo, inclusive, aspectos do desenvolvimento local (SOUZA et al, 2016) que vão além do próprio empreendedor. A relevância desses impactos e aspectos em níveis locais e nacionais, bem como a falta de um trabalho sistemático que revele como eles têm sido tratados nos estudos organizacionais, para nortear críticas e estudos futuros, justificam este estudo. Pelo exposto, este trabalho investiga: como as práticas relacionadas com os Microempreendedores Individuais têm sido tratadas nos estudos organizacionais? O objetivo é descrever e compreender as maneiras que os estudos organizacionais tratam as práticas relacionadas com os Microempreendedores Individuais. Partimos do entendimento de que existe uma diversidade de alternativas que têm sido adotadas para tratar das práticas nos estudos organizacionais, articulando diferentes potenciais da abordagem da prática (CORRADI; GHERARDI; VERZELLONI, 2010; FELDMAN; ORLIKOWSKI, 2011). O presente estudo viabiliza a reflexão sobre esses potenciais em torno dos aspectos e das implicações relacionadas com o enquadramento como Microempreendedor Individual. Por exemplo, ao deslocar o empreendedor individual para a condição de praticante do empreendedorismo inserido nas amarras do enquadramento como microempreendedor individual, em conjunto com uma diversidade de outros atores, é possível entender a dinâmica das relações entre eles que compõem determinada prática empreendedora, diferentes daquela que não se relaciona com o referido enquadramento. Ao reconhecer essa e outras potencialidades da abordagem da prática para esse campo do conhecimento, este trabalho se volta para o mapeamento dessas contribuições e de suas efetivas aplicações no campo de estudo. O estudo será realizado por meio de um levantamento bibliográfico nas bases de dados Spell e Scielo e no Portal de Periódicos da CAPES por meio da busca nos resumos das palavras-chave microempreendedor individual e empreendedor individual. Os resumos identificados serão lidos para selecionar os artigos que efetivamente se enquadram no foco do objetivo que serão lidos por completo e analisados. Para análise da abordagem da prática será adotada as concepções de Feldman e Orlikowski (2011) e Corradi, Gherardi e Verzelloni (2010) que identificaram diferentes tendências de abordagem da prática nos estudos organizacionais, dentre outros autores que tratam do tema em tela. A partir do resultado dessa análise poderão ser realizados procedimentos adicionais para revelar a potencialidade, que ainda não tenha sido realizada, da abordagem da prática nos estudos organizacionais relacionados com o microempreendedor individual.

Data de início: 05/03/2020
Prazo (meses): 24

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Coordenador ALFREDO RODRIGUES LEITE DA SILVA
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