Carreira e Experiência de Envelhecimento com Trabalhadores da Educação Superior Brasileira
Resumo: No Brasil, o envelhecimento populacional tem ocorrido de maneira acelerada nas últimas décadas (IBGE, 2024). Para uma adequada análise do envelhecimento populacional brasileiro, é necessário considerar o aumento da longevidade, a redução da população jovem e o crescimento da população idosa. O Brasil, historicamente composto por uma população jovem, está passando pelo fenômeno de envelhecimento populacional, proveniente do aumento no número de idosos em relação a outras faixas etárias (Viana & Helal, 2023). Esse processo tem implicações políticas, econômicas, socioculturais e organizacionais, tornando-se uma questão relevante em diversas áreas, incluindo as relações de trabalho e carreira.
Uma das teorias que vem sendo utilizada para estudar carreira e envelhecimento é a Teoria de Construção de Carreira (TCC), que propõe que o indivíduo constrói ativamente a sua carreira, atribui significados às suas ocupações e escolhas profissionais, assim como se adapta ao ambiente (Savickas, 2005). Nesse sentido, a TCC busca compreender a carreira como um processo subjetivo, construtivo, ativo, adaptativo, contextual, cultural e social (Savickas, 2005). Entre os principais conceitos teóricos propostos está a adaptabilidade de carreira.
A adaptabilidade de carreira é definida como um conceito psicossocial que evidencia os recursos ou capacidades do indivíduo para lidar com tarefas de desenvolvimento vocacional, transições ou traumas nos papeis ocupacionais (Savickas & Porfeli, 2012). Compreendido como um conceito psicossocial, a adaptabilidade está na interseção pessoa-ambiente. Isso porque a cultura e o contexto estabelecem os limites e as condições que envolvem a adaptabilidade (Savickas & Porfeli, 2012).
Para entender melhor o impacto do envelhecimento na carreira, é importante considerar os recursos de carreira (Rocha et al., 2021) que os indivíduos possuem e mobilizam, tais como, como envolvimento, confiança, claridade de metas, networking, exploração e aprendizagem contínua (Hirschi & Valero, 2015). Assim, é relevante investigar como as dimensões da adaptabilidade de carreira impactam a mobilização de recursos de carreira de profissionais mais velhos em um o contexto em que o ageísmo está presente.
Definiu-se como população de interesse docentes e técnicos-administrativos em educação (TAE) vinculados a Instituições de Educação Superior (IES), públicas ou privadas. Optou-se por estudar esses profissionais pois estão inseridos em um tipo de instituição que possuem características específicas que favorecem a compreensão da construção de carreira de profissionais mais velhos. A primeira característica está relacionada a heterogeneidade de pessoas que fazem parte da comunidade acadêmica. A segunda característica refere-se à possibilidade de investigar um tipo de organização que possui por força de lei (regulamentação governamental) estrutura semelhante, porém podem ser de natureza diferentes, ou seja, podem ser de natureza pública ou privada (Silva-Junior et al., 2017).
Considerando a realidade apresentada o objetivo geral deste projeto é investigar as relações entre experiências de envelhecimento no trabalho, adaptabilidade de carreira, recursos de carreira e ageísmo com trabalhadores brasileiros de mais idade. Para alcançar este objetivo geral, quatro eixos de trabalho são sugeridos. O primeiro eixo refere-se a uma primeira etapa de adaptação de um instrumento psicométrico para o Brasil, Aging Experience Scale (Dittmann-Kohli et al., 1997). O segundo e o terceiro eixo referem-se a pesquisas teórico-empíricas do tipo survey, a fim de testar as relações entre os construtos investigados. Por fim, o quarto eixo inclui uma pesquisa do tipo qualitativa no intuito de explorar aspectos complementares e adicionais do fenômeno. Os eixos são detalhados nos objetivos específicos do projeto.
Data de início: 01/06/2025
Prazo (meses): 72
Participantes:
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Nome |
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Coordenador | PRISCILLA DE OLIVEIRA MARTINS DA SILVA |