Políticas e Práticas de Gestão Sustentável de Recursos Humanos

Resumo: A GSRH (Gestão Sustentável de Recursos Humanos) é uma abordagem emergente para a Gestão de Pessoas (GP) e já vem sendo estudada por mais de uma década (ENHERT, 2009; KRAMAR, 2014; RANDEV; JHA, 2019). Entretanto, assim como ocorre com a noção de sustentabilidade, a literatura sobre o assunto ainda é fragmentada, diversificada e indica falta de consenso por conta da diversidade de conceitos e da vinculação da sustentabilidade e a função GP (RANDEV; JHA, 2019). Ademais, as pesquisas sobre o tema diferem não apenas em seu contexto, mas também na ênfase que deram aos diferentes resultados organizacionais (RANDEV; JHA, 2019). Contudo, uma característica em comum das pesquisas sobre a GSRH é que este modelo de gestão pode favorecer o desenvolvimento das pessoas dentro das organizações (KRAMAR, 2014), contribuindo para o desenvolvimento da sustentabilidade nas organizações e para resultados mais amplos (KRAMAR, 2014; BOMBIAK, 2020).
A GSRH pode ser definida como a adoção de estratégias e práticas de GP que permitem o alcance de metas econômicas, sociais e ambientais, com impactos de dentro e fora da organização e em um horizonte de longo prazo (ENHERT et al., 2016). Uma consequência direta da implementação desse modelo é o desenvolvimento dos trabalhadores em direção à sustentabilidade, ou seja: profissionais altamente qualificados, com foco ambiental e social, e que entendem e aplicam os princípios da sustentabilidade em todo o seu trabalho (KRAMAR, 2014; BOMBIAK, 2020).

Pesquisas demonstram que as condições para a implementação da estratégia da sustentabilidade nas organizações possuem relação direta com fatores organizacionais internos, principalmente os que envolvem pessoas. Logo, é importante existir uma conexão direta entre a estratégia de GP e a estratégia de sustentabilidade organizacional, para que haja êxito em sua implementação (AUST et al., 2020; PODGORODNICHENKO et al., 2020; RANDEV; JHA, 2019).
Para Colbert e Kurucz (2007) uma das contribuições da função GP para o alcance da sustentabilidade organizacional seria o alinhamento de suas ações para auxiliar na realização do intento da sustentabilidade. Assim, estabelecer políticas e práticas de GP que considerem a multidimensionalidade dos negócios e dos resultados e a sustentabilidade da sua força de trabalho (YBEMA et al., 2017), é um dos desafios centrais das organizações. Para isso, a função GP precisa liderar e dar suporte, integrando esforços, viabilizando a implementação de instrumentos que permitam o diálogo entre as partes interessadas, promovendo saúde, empregabilidade, aprendizagem e mudanças culturais em direção à sustentabilidade (PODGORODNICHENKO et al., 2020).
Embora evidencie-se que a GSRH surge como uma alternativa para a necessidade das organizações se envolverem com a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável da sociedade (PODGORODNICHENKO et al., 2020), ainda é considerada um fenômeno emergente dentro dos sistemas de gestão e, portanto, as metodologias de implementação e suas políticas e práticas ainda estão em desenvolvimento (TABATABAEI et al., 2017).
Na última década, a discussão sobre a GSRH produziu uma série de pesquisas, direcionando diferentes práticas organizacionais buscando vincular a GP à sustentabilidade e as práticas a resultados para além dos resultados financeiros (AUST et al., 2020; KRAMAR, 2014; RANDEV; JHA, 2019; YBEMA et al., 2017). Entretanto, o nível de implementação das práticas de GP sustentável é variável (BOMBIAK, 2020) e os temores da gestão quanto ao envolvimento com a sustentabilidade são grandes barreiras para a implementação da GSRH. Esses temores estão associados à lucratividade de curto prazo, conflitos entre metas econômicas e sociais, e aumento de preços ao consumidor (BOMBIAK, 2020).

Portanto, considerando ser um tema ainda em desenvolvimento tanto no campo acadêmico quanto nas práticas organizacionais, almeja-se, com o desenvolvimento da pesquisa, contribuir para ampliar os estudos sobre as políticas práticas da GSRH, assim como orientar organizações quanto as práticas a serem adotadas.

Data de início: 01/08/2023
Prazo (meses): 24

Participantes:

Papelordem decrescente Nome
Coordenador KATIA CYRLENE DE ARAUJO VASCONCELOS
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