DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS, SAÚDE MENTAL E
TRABALHO NA ATENÇÃO BÁSICA: UM ESTUDO EM VITÓRIA-ES

Nome: LEONARDO ALEXANDRINO DE ALMEIDA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 01/02/2023
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
MÔNICA DE FÁTIMA BIANCO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
THIAGO DRUMOND MORAES Coorientador

Páginas

Resumo: A presente tese de doutorado teve como objetivo analisar o desenvolvimento de competências dos profissionais da atenção básica à saúde para identificação de relações entre saúde mental e trabalho. Para atingi-lo investigou-se como a temática é abordada em documentos oficiais e entre gestores e profissionais de saúde do município de Vitória-ES, articulando contribuições da abordagem interpretativa da noção de competência e da Teoria das Representações Sociais. O aporte teórico da pesquisa está ancorado principalmente em uma abordagem contextual de competências e desenvolvimento de competências, recorrendo também às discussões sobre saúde do trabalhador, SMRT e educação permanente em saúde. Adotou-se abordagem de pesquisa qualitativa. No percurso metodológico foram utilizadas tanto a triangulação de fontes de evidências quanto a de métodos ou técnicas. Inicialmente, foi realizada uma pesquisa em documentos oficiais da Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS) de Vitória-ES. Posteriormente, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com profissionais que ocupam cargos de gestão na SEMUS e com profissionais que atuam em duas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município. Na pesquisa documental, utilizou-se técnica de análise lexical com apoio do software IRAMUTEQ e para as entrevistas foi utilizada a análise temática com categorização a posteriori. Os resultados da pesquisa documental apontam que: o trabalho é negligenciado como determinante da saúde, porém reconhecido como espaço para desenvolvimento de competências profissionais; há necessidade de maior destaque ao trabalho como determinante social da saúde para fortalecer e promover práticas de saúde do trabalhador em âmbito municipal. Nas entrevistas com ocupantes de cargo de gestão, verificou-se que: há diferentes representações sobre competências e SMRT entre os entrevistados, são utilizadas metodologias ativas para o desenvolvimento de competências e há limitações para o desenvolvimento e a mobilização de competências em SMRT devido às representações sociais dos gestores e ausência de transformações dos processos de trabalho. A ausência da temática SMRT nos dispositivos e processos de trabalho em curso potencializa as dificuldades dessa área. Na pesquisa com os profissionais das Unidades Básicas de Saúde, verificou-se que: há pouca inserção da temática SMRT na atenção básica, falta integração entre os setores e profissionais, há algumas ações desenvolvidas de forma interdisciplinar, as estratégias de desenvolvimento de competências fomentam a interdisciplinaridade, mas não abordam a saúde mental dos trabalhadores. A partir desses resultados, conclui-se que há necessidade de inserção explícita do trabalho como determinante da saúde nos documentos oficiais do município de modo a orientar a ação dos profissionais de saúde no sentido de considerar os processos de trabalho dos usuários do sistema de saúde nos atendimentos cotidianos; há necessidade de desenvolver ações que favoreçam a compreensão dos processos de saúde de modo ampliado, a percepção da SMRT como responsabilidade coletiva, a desvinculação da noção de competências exclusivamente à atributos individuais e a elaboração de protocolos e instrumentos para investigação do nexo causal entre saúde mental e trabalho. A interdisciplinaridade do trabalho contribui para o desenvolvimento de competências dos profissionais. Porém, a concepção de competência atrelada à categoria profissional, a influência da formação disciplinar e a escassez de recursos financeiros e de pessoal dificultam o aproveitamento dessa contribuição, notadamente, para a abordagem da SMRT, vista como responsabilidade de áreas especializadas em saúde do trabalhador ou saúde mental.

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