Para Além do Parto: a Manutenção-Mudança das Práticas Obstétricas

Nome: ANA CAROLINA JULIO DA SILVA ANDRADE
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 24/04/2019
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
CÉSAR AUGUSTO TURETA DE MORAIS Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
MARINA DANTAS DE FIGUEIREDO Examinador Externo

Páginas

Resumo: O objetivo desta tese é analisar como a organização do fazer obstétrico motiva os praticantes a (não) optar pelo parto humanizado, contribuindo para a manutenção e/ou a mudança das práticas obstétricas. Para tal, utilizei a ontoepistemologia da prática segundo Schatzki e conduzi um Estudo Baseado em Prática em uma maternidade pública. Entendo que o parto se revela como a intersecção de pelo menos três práticas: práticas médicas, maternas/paternas e de gestão da saúde. É nesse encontro de práticas que vemos emergir no país um movimento social em prol da mudança das práticas, da humanização do parto/nascimento, sendo um de seus objetivos reduzir a alta incidência de cesáreas. Meu argumento de tese é que manutenção e mudança constituem um único processo de “manutenção-mudança”; o
que enfatiza a relação recursiva desses fenômenos. A primeira contribuição teórica desta tese é a análise explícita e direta do acontecimento da mudança das práticas. A segunda contribuição é a análise da “manutenção-mudança” das práticas como um processo único, simultâneo e recursivo; o que nos ajuda a apreender o acontecimento e o dinamismo de quaisquer práticas. A terceira contribuição é a superação da aparente dicotomia entre os fenômenos “manutenção” e “mudança”. Além disso, esta tese reforça o entendimento da “mudança” como um elemento constitutivo da vida organizacional/social, e não como um episódio pontual e extremamente difícil de acontecer. De forma correlata, esta tese também reafirma que os elementos “micro”e “macro” são mutuamente constituídos, sendo a mudança fruto da relação interdependente entre práticas locais e seus contextos mais amplos. Em termos
práticos, esta tese pode contribuir na formulação de políticas públicas que ampliem a compreensão do parto e do fazer obstétrico para além da técnica médica, levando em consideração a malha de práticas e o contexto histórico-social. Por fim, a segunda contribuição prática é a análise de uma questão de saúde aparentemente pontual (o parto) de forma mais ampla; afinal, outras questões de saúde poderiam ser igualmente analisadas, uma vez que problemas como a obesidade infantil também fazem parte de uma malha, estando imbricados em um contexto.

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