ORGANIZAÇÕES EM CRISE - Representações e Maquinações
Nome: BRUNO RICARDO PEIXOTO DE REZENDE
Data de publicação: 04/07/2025
Banca:
Nome![]() |
Papel |
---|---|
ALEXANDRE DE PÁDUA CARRIERI | Examinador Externo |
ALFREDO RODRIGUES LEITE DA SILVA | Presidente |
DAVIS MOREIRA ALVIM | Examinador Externo |
JOSIANE SILVA DE OLIVEIRA | Examinador Externo |
LETICIA DIAS FANTINEL | Examinador Interno |
Resumo: O objetivo deste estudo é cartografar a multiplicidade rizomática em vistas das rupturas com as representações organizativas do neoliberalismo e do narcisismo que usurpam potencialidades de existir na contemporaneidade e maquinam sofrimento psicoemocional. Por rupturas, entende-se, esquizoanálise e transmutação. Esquizoanálise é uma ferramenta analítica de identificação e destruição das representações organizativas e transmutação é forçar uma representação ao devir. Os procedimentos para tal objetivo envolvem a perversão e a cartografia. A perversão rompe com a lógica da forma contra o caos e explora os limites maquinados por esses movimentos para extrair deles outra coisa, um duplo diferente, pervertido e transmutado. Cartografar é desenhar uma paisagem em movimento. A cartografia incorpora um conjunto de 600 páginas de texto e mais de 60 horas de vídeo produzidas a partir de técnicas de entrevistas pervertidas. Ainda que houvesse uma preocupação em soar coerente em relação às motivações do estudo, entendeu-se a possibilidade e a potencialidade cartográfica para realizar o trabalho empírico. Isso traz como resultado uma narrativa inconstante sobre o sofrimento psicoemocional. Neste estudo, o sofrimento psicoemocional decorre da maquinação de repressões sobre os nossos modos de viver socialmente. Não é uma negação dos fatores fisiológicos, mas o entendimento de que esses fatores ocorrem em resposta a algo anterior na realidade. Como resultado, observou-se que o sofrimento psicoemocional continua sendo o produto da repressão social, de consumo e competição, da produção mercadológica de si mesmo. Continua sendo abordado como um problema alhures. A histeria e a neurose freudianas deram lugar a uma busca desenfreada pelos genes, hormônios, neurônios e outros determinantes fisiológicos do sofrimento psicoemocional. Um movimento de inversão de consequência pela causa que se desconstrói nas associações entre o sofrimento psicoemocional, a maquinação do ser que somos e o modelo social. As pessoas estão presas em sofrimento psicoemocional no emaranhamento neoliberal e como, mesmo esquizo não alienado às sínteses desse fenômeno organizativo, estão impotentes contra seu maquinário. O ethos neoliberal maquina desexistência de tudo aquilo do ser que somos que não encontra seu caminho nas dinâmicas mercadológicas de produção e consumo do capitalismo, isso é fato bem demonstrado nas falas dos esquizo ao longo das discussões. Dentre as principais contribuições deste estudo destaco a proposta de uma abordagem que valoriza a dimensão formativa do fenômeno social, a Maquinação; a perversão do significado de fenômeno organizativo em vistas das movimentações que formam emaranhamentos de máquinas e dão corpo, mente e sujeito à multiplicidade; a multiplicidade como uma abordagem alternativa ao binário ontológico entre ser e vir a ser, e; a cartografia como uma máquina de perversão de metodologias que pode ser aplicada à diferentes técnicas de produção de dados.