REPRESENTAÇÕES Sociais de uma Ferrovia: um Estudo de Caso Sobre Os Maquinistas da Estrada de Ferro Vitória a Minas

Nome: UBIRATAN CORREA RIBEIRO DE OLIVEIRA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 31/03/2006

Resumo: Esta dissertação investiga as representações sociais de uma ferrovia de grande representatividade histórica e fortes características regionais, sob a ótica de uma de suas classes de trabalhadores os maquinistas da estrada de ferro. Considerando a proposta inicial, seu objetivo central é descrever e interpretar as representações simbólicas da Estrada de Ferro Vitória Minas, verificando como estas representações influenciam no cotidiano laboral da instituição investigada. Desta forma, este estudo desenvolve uma reflexão sobre a literatura dominante que prioriza aspectos instrumentalizantes sobre o estudo das organizações e propõe uma abordagem diferenciada sobre o tema, que contemple a dimensão simbólica existente nas organizações. Para tanto, utiliza-se de um referencial teórico baseado na teoria das representações sociais, no simbolismo organizacional, na cultura em organizações e na gestão enquanto prática social. O estudo de caso se da em três momentos distintos. O primeiro, visa descrever, através da análise documental e bibliográfica, as peculiaridades históricas da EFVM, desde a sua idealização até os dias atuais, contextualizando o cenário a ser analisado. O segundo, fundamentado na metodologia da análise do discurso, descreve as representações sociais que emergem das práticas sociais dos atores. O terceiro, busca interpretar as representações identificadas à luz do marco teórico utilizado. Como resultado, foram identificadas cinco representações acerca da ferrovia: a esperança e a prosperidade; a pertença e o reconhecimento; o poder; o status; e o trampolim. O resultado da análise destas representações revela, em um primeiro momento, uma condição de diferenciação cultural da classe estudada, onde o grupo se une em torno de elementos culturais próprios, visando garantir a impermeabilização social da classe e a manutenção do seu status quo, em um segundo momento, surgem traços de fragmentação cultural, onde atores sociais geram sentidos diferentes para um mesmo objeto, dando margem ao surgimento de novas representações simbólicas, que interferem diretamente na harmonia do grupo, gerando uma condição de transitoriedade, nunca antes presenciada na organização. Observa-se assim que, além do prescrito, do observável a primeira vista ou mesmo das aparências, existem significações e representações simbólicas acerca da ferrovia, que influenciam, de forma determinante, a percepção dos funcionários com relação à organização. O que demonstra a necessidade, urgente, de técnicas de gestão e análise da cultura e do simbolismo organizacionais que contemplem a diversidade, a complexidade, a pluralidade e a subjetividade que é própria dos indivíduos que estão compartilhando do ambiente organizacional.

Palavras-chave: Gestão. Simbolismo organizacional. Cultura em organizações. Representações sociais.

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