NA PONTA DA LANÇA: UMA ANÁLISE CONTEXTUALIZADA DA ATIVIDADE DE POLICIAMENTO OSTENSIVO CAPIXABA NA ÚLTIMA DÉCADA
Nome: SABRINA OLIVEIRA DE FIGUEIREDO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 16/02/2023
Orientador:
Nome |
Papel |
|---|---|
| MÔNICA DE FÁTIMA BIANCO | Orientador |
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| ELOÍSIO MOULIN DE SOUZA | Examinador Interno |
| LETICIA DIAS FANTINEL | Examinador Interno |
| MÔNICA DE FÁTIMA BIANCO | Orientador |
| RAFAEL ALCADIPANI DA SILVEIRA | Examinador Externo |
| TADEU GOMES TEIXEIRA | Examinador Externo |
Resumo: As organizações policiais militares são alvos constantes de debates e reflexões políticas, sociais, midiáticas e acadêmicas. Apesar da organização ser foco de discussões sob diferentes lentes, o
policiamento ostensivo, que é a manifestação do trabalho policial militar, é um assunto pouco considerado em pesquisas e produções acadêmicas, seja pela dificuldade de acesso ao campo por pesquisadores externos, pela sensibilidade da natureza da organização policial ou outros
motivos. Neste estudo, buscou-se analisar a atividade de policiamento ostensivo a partir de mudanças no contexto de trabalho do policial militar capixaba, na última década (2010-2020). O trabalho é considerado, neste estudo, a partir da abordagem teórica-analítica ergológica, a
qual entende-o como uma atividade humana que contempla o objeto (materiais físicos, saberes técnicos e procedimentos que orientam sua execução), o trabalhador (aspectos físico, histórico e social) e as variabilidades do meio (de ordens física, social e outras, que conduzem às adaptações produzidas pelo trabalhador). A abordagem metodológica adotada foi a Teoria Fundamentada em Dados (Grounded Theory), na perspectiva Construtivista, a qual privilegiou a co-construção dos dados da pesquisa por intermédio de distintas óticas sobre o fenômeno
estudado, incluindo, dos policiais participantes e da pesquisadora com os participantes e com o contexto da pesquisa. O material empírico da pesquisa reúne o conteúdo de entrevistas realizadas com 40 policiais militares de diferentes níveis de atuação, observação direta da
atividade de trabalho, textos existentes e memorandos. O estudo permitiu alcançar que as mudanças no contexto de trabalho dos policiais se manifestaram nos âmbitos governamental, organizacional e social. Assim, a teoria substantiva proveniente do estudo prevê, em síntese,
que (i) as interferências políticas na organização policial militar influenciam na (in)disponibilidade de investimentos, na falta de (re)composição de efetivo policial e na inadequação de reajustes salariais para a categoria (âmbito governamental); (ii) a organização
direciona sua atenção aos elementos físicos da atividade de policiamento, como a aquisição de equipamentos voltados à sua consecução, mas deixa de privilegiar os elementos humanos ao
não atentar-se às consequências da greve de 2017 para as relações socioprofissionais e à presença e influência de um novo perfil de policiais (âmbito organizacional); e (iii) as variabilidades do meio social geram implicações e, ao mesmo tempo, são influenciadas pelas renormalizações do policiamento, o que, consequentemente, têm produzido um patrulhamento comunitário individualizado e um patrulhamento repressivo ordinário (âmbito social).
