CRIATIVIDADE SOCIOMATERIAL EM CONTEXTO DE HOME OFFICE
Nome: PRISCILA RICARDO DOS SANTOS DA SILVEIRA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 29/03/2022
Orientador:
Nome |
Papel |
|---|---|
| CÉSAR AUGUSTO TURETA DE MORAIS | Orientador |
Banca:
| Nome |
Papel |
|---|---|
| ALFREDO RODRIGUES LEITE DA SILVA | Examinador Interno |
| BRUNO FELIX VON BORELL DE ARAUJO | Examinador Externo |
| CÉSAR AUGUSTO TURETA DE MORAIS | Orientador |
| HENRIQUE CÉSAR MUZZIO DE PAIVA BARROSO | Examinador Externo |
| LETICIA DIAS FANTINEL | Examinador Interno |
Resumo: As medidas tomadas para retardar a propagação do coronavírus produziram impactos
na vida social e econômica de populações no mundo inteiro. Uma das principais
medidas foi a implementação das medidas de isolamento social. Assim, graças a essa
nova configuração imposta ao mundo do trabalho, ampliou-se de forma nunca vista o
desenvolvimento e uso de tecnologias fundamentais para o trabalho na modalidade
home office, tais como: tecnologias de realidade virtual, realidade aumentada,
tecnologias hápticas, além de ferramentas de videoconferência e aplicativos de
comunicação instantânea. Milhares de trabalhadores passaram a atuar no contexto
virtual, reunindo-se em diferentes plataformas de videoconferência, com amplo uso de
conteúdos multimídias, vídeo, som, imagens, manipulação de arquivos digitais de
forma simultânea com outros membros da equipe, apresentações de dados extraídos
de diversas bases ao mesmo tempo e apresentados de maneira mais visual.
Inaugurou-se, assim, uma nova fase na vida de muitos profissionais da indústria
criativa, visto que inúmeros encontros e processos antes presenciais passaram a se
desenrolar no ambiente online, com amplo uso de recursos tecnológicos. É nesse
contexto que emerge o estudo da sociomaterialidade no processo criativo, buscando
articular o entendimento da abordagem sociomaterial com o conceito de criatividade
distribuída, o qual, analisa esse fenômeno não necessariamente localizado no
indivíduo criativo ou limitado ao produto ou ideia criativa, mas, antes, distribuído entre
pessoas, objetos, tempos e espaços. Ressalta-se que o processo criativo sempre
esteve ligado a elementos materiais que possibilitam a expressão da imaginação
humana. Sendo assim, o contexto desses profissionais em home office apresentou-se
como lócus de pesquisa bastante promissor, já que evidencia o uso de diferentes
ferramentas tecnológicas para a realização das tarefas cotidianas e a íntima relação
entre criatividade e materialidade. Para compreender essa relação, a abordagem da
sociomaterialidade é primordial, uma lente de análise fundamental para compreender
os fenômenos organizacionais conforme noção do constitutive entanglement entre
social e material, isto é, no processo criativo, não há priorização das tecnologias e
materiais em detrimento das pessoas ou vice-versa, mas há um emaranhamento entre
seres humanos e materiais. Foi possível identificar que o home office é um cenário
típico de ação distribuída e é desse quadro contextual que emerge então a criatividade
como uma prática distribuída entre TICs e pessoas, ambos trabalhando juntos na
geração de ideias novas e úteis em contínuas re(configurações) sociomateriais, sem
que de fato possamos atribuí-las a alguém ou delimitar seu valor, início e fim. Daí que
é possível falar na descentralizando e (re)centralização do eu criativo num espaço de
interações sociomateriais, visto que, estão entrelaçados na ação criativa não apenas
diferentes outros humanos, mas também os domínios materiais tecnológicos. O
cenário típico de trabalho criativo em home office também mostrou que eventos
ordinários, do cotidiano, influem no processo criativo de tal forma que se entrelaçam
aos eventos extraordinários de evolução da tecnologia e mudança na cultura do
trabalho
