U Tornar-si Negra a Parti D’uma Cosmupercepção Africana Sobri
u Trabalhu: uns Paranauê Interseccional i Decolonial

Nome: JULIANA SCHNEIDER MESQUITA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 12/11/2021
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ELOÍSIO MOULIN DE SOUZA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ELOÍSIO MOULIN DE SOUZA Orientador
JOSIANE SILVA DE OLIVEIRA Examinador Externo
JULIANA CRISTINA TEIXEIRA Examinador Interno

Resumo: Essa dissertação teve por objetivo analisar como o processo de tornar-se negra
possibilita caminhos alternativos para pensar a natureza do trabalho a partir de uma cosmopercepção africana. Minha proposta foi compreender tal fenômeno a partir de uma endoperspectiva decolonial afrocentrada, evocando meu lugar de fala enquanto uma mulher negra em constante processo de tornar-me negra. Para tanto, recorro a cosmopercepção africana e aos aparatos teóricos-metodológicos da decolonialidade e da interseccionalidade (foco em gênero e raça), e a métodos afrocentrados de pesquisa para a produção dos dados – as escrevivências – e para a análise dos dados – a Análise Decolonial Crítica do Discurso (ADCD). Escolhi como campo de pesquisa o site do Blogueiras Negras (BN), sendo as sujeitas participantes dessa pesquisa mulheres autodeclaradas negras que publicaram suas escrevivências neste blog. Ao todo foram selecionadas 25 escreviventes que escreveram 26 escrevivências, delas
foram selecionados 34 causos para compor o corpus de análise. Os principais
resultados desse estudo apontaram para seis tipificações das estratégias da
colonialidade: 1) a esquizofrênica; 2) a antagonista; 3) a prisioneira; 4) a exilada; 5) a impostora; e 6) a tola. E para seis tipificações das resistências da decolonidade: 1) a convicta; 2) a protagonista; 3) a subversiva; 4) a quilombola; 5) a afrocentrada; e 6) a intelectual. Este estudo demonstrou que a partir da escrevivência, mulheres negras podem olhar para suas próprias experiências (permeadas por interseccionalidades de gênero e de raça) pensar e analisar suas práticas e, a partir delas, utilizar destes conhecimentos para organizar, problematizar, atuar, experimentar e pensar outras formas de ser e de viver na qual a mulher negra se sinta protagonista de sua história.
O processo de tornar-se negra envolve uma gama complexa de trabalhos envoltos por relações de poder-saber-ser que possibilitam repensar a natureza do trabalho usualmente utilizado no campo dos Estudos Organizacionais, que
sob uma cosmovisão ocidentocêntrica o reduz a uma bio-lógica capitalista, que relega outras formas de trabalho a um status de não-trabalho.

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