RACIONALIDADE E IMPROVISAÇÃO NAS PRÁTICAS CLÍNICAS EM HOSPITAIS

Nome: THAÍS XAVIER VALENTE DE CARVALHO ABRANTES
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 27/05/2020
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
LUCILAINE MARIA PASCUCI Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
LUCILAINE MARIA PASCUCI Orientador
MARIA DA GRAÇA CÂMARA BATISTA Examinador Externo
TERESA CRISTINA JANES CARNEIRO Examinador Interno
VICTOR MEYER JUNIOR Examinador Externo

Resumo: Na busca pela melhoria da qualidade dos serviços e desempenho organizacional, hospitais têm adotado protocolos clínicos de forma a sistematizar a assistência e reduzir sua variabilidade em suas práticas profissionais. Todavia, as premissas racionais implícitas nos protocolos se contrapõem à imprevisibilidade inerente ao serviço hospitalar e, em especial, à prática clínica. Nesta é comum que profissionais especialistas – respaldados pela autonomia que a especialização lhes confere – façam uso de mecanismos alternativos e informais, particularmente a ou seja, da improvisação - para lidar com o imprevisto e surpresas decorrentes dos diferentes desdobramentos do quadro clínico do paciente. Este estudo examinou como o corpo clínico concilia racionalidade e improvisação nas práticas clínicas. A base teórica do estudo se fundamentou na abordagem da sistemas adaptativos complexos, racionalidade e improvisação organizacionais e sensemaking. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, descritiva e explicativa que teve como campo empírico dois hospitais filantrópicos. Os dados foram coletados por meio de entrevistas etnográficas, análise documental e observação não participante, pela pesquisadora, como profissional da enfermagem. Os dados foram analisados por meio de análise de narrativas, realizada com base no significado. Para a identificação dos significados foi realizada a definição de categorias. A análise revelou a existência de diferentes níveis de racionalidade decorrentes do uso de protocolos nas práticas clinicas em ambos os hospitais. Constatou-se que, embora relevantes, as práticas clínicas orientadas por protocolos não se mostraram suficientes diante do desdobramento em determinadas situações em decorrência do desdobramento do quadro clinico dos pacientes. Destacou-se, neste contexto, a importância de práticas improvisacionais emergentes de parte de médicos e enfermeiros como essenciais para o sucesso da intervenção da equipe solucionando problemas imprevistos. A principal conclusão do estudo revela que a eficácia das práticas clínicas no atendimento aos pacientes depende da integração de procedimentos alinhados aos protocolos que proporcionam segurança e confiabilidade profissional, juntamente com práticas improvisacionais que surgem em situações emergenciais em que a experiência e sensibilidade do profissional se fazem presentes. Assim, o entendimento da importância destas duas vertentes torna-se estratégica para a gestão das práticas clínicas e melhoria continua dos serviços hospitalares prestados.

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