A Intuição na Tomada de Decisão em Desastres

Nome: ALEXANDRE DOS SANTOS CERQUEIRA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 30/03/2020
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ELOÍSIO MOULIN DE SOUZA Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
BRUNO FELIX VON BORELL DE ARAUJO Examinador Externo
CÉSAR AUGUSTO TURETA DE MORAIS Examinador Interno
ELOÍSIO MOULIN DE SOUZA Orientador
MARILENE OLIVIER FERREIRA DE OLIVEIRA Examinador Externo
PABLO SILVA LIRA Examinador Externo

Resumo: Desastres são eventos imprevistos com elevadas consequências negativas, incluindo a perda de vidas e propriedades das organizações ou comunidades, onde as decisões são sob pressão em um cenário real que muda subitamente. Terremotos, tsunamis, incêndios e inundações e quedas de barreiras devido às chuvas torrenciais, são exemplos de desastres naturais nos quais atuam
o Corpo de Bombeiros, a Defesa Civil, bem como outras instituições e profissionais liberais, para prestar socorro às pessoas, havendo a necessidade de tomadas de decisão rápidas, assertivas e focadas dentro de prioridades específicas. No entanto, sob pressão, é difícil ao ser humano, conseguir racionar somente dentro da lógica e da razão, o que o leva, não raro, a lançar
mão da intuição. Desta forma, o objetivo geral deste estudo foi compreender como ocorre o processo de intuição na tomada de decisão em situações de desastre naturais, nos quais o tempo e os recursos são limitados. Assumiu-se, então, que os elementos do processo de intuição na tomada de decisão são o conhecimento, a experiência, a interpretação das tarefas, o contexto do
ambiente e a improvisação, a partir da justaposição dos elementos propostos por Dane e Pratt, Salas, Rosen e Diaz Granados e Patterson e Eggleston. Em termos metodológicos, na coleta de dados foram utilizadas entrevistas semiestruturadas aplicadas a oficiais do Corpo de Bombeiros Militares do Espírito Santo (CBMES) que atuaram em desastres e levantamento de
documentos. Os resultados da pesquisa revelaram que no processo de intuição na tomada de decisão estão presentes os seguintes fatores: atributos pessoais, ambiental, adaptação/flexibilização, integração de tarefas e assimetria de informações e, o fator central segurança/credibilidade. Os atributos pessoais fornecem uma condição automática no processo de intuição em desastres,
baseado nos estímulos do ambiente, no processo de informações e no que foi aprendido anteriormente. O fator ambiental constitui-se no elemento central da improvisação de forma recorrente, dado que está conectado ao conhecimento adquirido nos sistemas de gerenciamento de crises e à evolução do cenário do desastre. A adaptação/flexibilização no processo de intuição revela ser imperativo manter um reexame constante da situação e das decisões, pois novos fatos e necessidades surgem constantemente. O fator integração apresentou influência nesse processo para selecionar e integrar as tarefas a serem realizadas, atendendo aos preceitos normatizados. Nos casos de desastres, há evidências de que a assimetria de informações influencia no processo de intuição, dada a escassez de dados e a necessidade de confiabilidade da informação para se decidir. Por fim, o fator central, segurança/credibilidade, revelou influência no processo de intuição quando a
situação é de extrema pressão, tal como ocorrem em desastres, onde o conhecimento e experiência promovem segurança ao indivíduo e credibilidade do decisor perante a equipe, na qual a memória das vivências anteriores, em situações similares ou de maior complexidade, customizam a compreensão do gestor sobre determinada situação e a confiança da equipe a ele subordinada na atuação em ações de resposta. Dessa forma, como conclusão, pode-se dizer que quanto maior a complexidade do desastre, mais importante se faz o uso da intuição na gestão desses eventos.

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