O Trabalho Gerencial na Coordenação de Cursos de Graduação de uma Universidade Pública: o Gestor Acadêmico Fabricado Pelas Circunstâncias

Nome: VALDIR DA SILVA CORRÊA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/09/2017

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
GELSON SILVA JUNQUILHO Orientador
SUSANE PETINELLI SOUZA Examinador Interno
ZENÓLIA CHRISTINA CAMPOS FIGUEIREDO Examinador Externo

Resumo: Dedicado a caracterizar a natureza do trabalho gerencial dos coordenadores de cursos de graduação no âmbito de uma Instituição Pública Federal de Ensino Superior, o estudo apresentado nesta Dissertação buscou conhecer a constituição dessa função gerencial,
tomando como elementos norteadores a categorização dessa atividade gestora como sendo uma atividade do setor público, revestida de elevada responsabilidade para com a sociedade e desempenhada por servidores públicos do quadro docente da Universidade. A partir das
manifestações dos coordenadores e secretários de colegiados, foram identificados os contextos em que ocorre a função de coordenação de curso de graduação, demonstrando os diversos tipos de conflitos, suas origens, bem como os aspectos ambíguos presentes nos meandres da dinâmica dessa ‘atividade gerencial acadêmica’. Configura-se em uma pesquisa qualitativa de abordagem descritiva, que utilizou como forma de coleta de dados o recurso de entrevistas subsidiadas por roteiros, elaborados para coordenadores de cursos de graduação e
secretários de colegiados. O tratamento dos dados e a análise se deram a partir do método de análise de conteúdo, cujos temas constituíram categorias e subcategorias temáticas emergidas dos dados. Os resultados obtidos apontam que o trabalho gerencial dos coordenadores de curso de graduação não encontra amparo integral em nenhuma teoria específica sobre ‘o que é gestão’, diferenciando-se expressivamente de funções gerenciais de outras tipologias de organizações. As dificuldades relacionais se destacam sobremaneira no ambiente universitário, impedindo que os coordenadores obtenham a colaboração dos demais agentes acadêmicos para o atendimento das finalidades das coordenações e, por consequência, das finalidades institucionais. A falta de políticas que estabeleçam critérios para a ocupação da função de coordenador, a ausência de formação adequada para atuação na gestão acadêmica e o surgimento de conflitos relacionais, em especial entre os pares docentes, dificultam o alcance dos objetivos previstos para as coordenações de cursos que, dentre tantos outros motivos, fazem com que essa função seja indesejada pelos professores. A ausência de controle sobre a atividade docente e as ambiguidades presentes no ambiente universitário impedem não apenas a efetividade do trabalho gerencial acadêmico desenvolvido pelos coordenadores,
mas se refletem, também, na má avaliação dos cursos de graduação pelas métricas dos órgãos de controle da Educação e, por consequência, restringem o alcance dos benefícios previstos para a sociedade a partir do oferecimento de uma boa formação profissional e cidadã aos
alunos. A tipologia dos espaços físicos definidos para a coordenação pode interferir na dinâmica dos trabalhos em termos de tempo de execução de tarefas, qualidade na comunicação entre coordenadores e outros agentes acadêmicos e, quando a coordenação ocorre em espaços coletivos, a interação entre as pessoas pode proporcionar aprendizados
sobre o trabalho gerencial acadêmico e minimizar impactos decorrentes de inexperiência ou desconhecimento sobre as atividades inerentes às coordenações de cursos.

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