Estratégias e Táticas Cotidianas: Um Estudo sobre os Sentidos das Práticas Sociais e suas Influências no Fazer Estratégia de uma Barraca em Feiras-Livres

Nome: DANIEL LANNA PEIXOTO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 28/06/2011
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
HÉLIO ZANQUETTO FILHO Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALFREDO RODRIGUES LEITE DA SILVA Coorientador
CARLOS EDUARDO FERRAÇO Examinador Interno
GELSON SILVA JUNQUILHO Examinador Interno
HÉLIO ZANQUETTO FILHO Orientador

Resumo: A palavra estratégia tem ganhado espaço em escritos acadêmicos, discursos e consultorias. Apesar da intensificação do uso da palavra, ainda há uma lacuna entre o discurso sobre a estratégia e o que é realizado pelas pessoas na prática em relação aos direcionamentos tomados pelas organizações. Isso suscita questionamentos sobre o que é estratégia e como ela surge nas organizações. Nesse ínterim, discute-se também a possibilidade de a pesquisa em estratégia organizacional tomar direcionamentos epistemológicos diferentes daqueles apregoados pelo Modernismo (WHITTINGTON, 2004). Esses direcionamentos de pesquisa incluem a perspectiva da estratégia como prática social, em que a estratégia não é algo pertencente à organização, mas aquilo que as pessoas fazem no desempenho de suas atividades. Isso inclui não somente os membros da cúpula organizacional, mas também todos aqueles que, diretamente e indiretamente, se relacionam com as organizações. Ao ser considerada como uma prática social, a estratégia deixa de ser reconhecida somente como algo formal, racional e hierárquico. Em consonância com isso, abre-se a possibilidade de investigar o fenômeno da estratégia em organizações em outros contextos, a qual inclui ambientes onde a informalidade dita o desenvolvimento das atividades organizacionais. Nesse sentido, almejando revelar como as pessoas participam da construção das estratégias organizacionais em ambiente informal por meio dos conceitos de estratégia cotidiana e de tática cotidiana discutidas por Certeau (2007), realizou-se um estudo de caso com uma barraca que participa de três feiras-livres no município de Vitória-ES. Para a concretização da investigação, foram realizadas observações participantes e entrevistas informais, centradas na forma pela qual os atores sociais agem e interagem entre si e com isso moldam os fazer feira. A análise do diário de campo, decorrente das observações e entrevistas, evidenciou 15 temas com os quais as ações desenvolvidas pelos sujeitos de pesquisa estão relacionadas. Observados esses temas e a correlação entre eles, algumas considerações puderam ser feitas, entre as quais uma versa sobre os vários sentidos de uma prática podendo estar centrada na estratégia ou na tática cotidianas. Ademais, mostrou-se como o sentido de uma prática se altera à medida que os atores e circunstâncias também se alteram. Por fim, verificou-se o posicionamento do proprietário da barraca como alguém que deseja não apenas ser o único a pensar a estratégia da barraca, mas também executar compartilhadamente os trabalhos que dão delineamentos à estratégia. Aos demais que trabalham na barraca ele atribui apenas a execução do trabalho, na tentativa de efetivar a separação entre aqueles que pensam a estratégia e os que a executam. No entanto, os dados empíricos mostraram que corpo e mente estão interligados, mesmo diante de uma força que tenta movê-los em sentido contrário. Essa força desempenhada por um dos feirantes que pensa e executa, quer tornar os demais feirantes diferentes e privados de trabalhar com a mente.

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