Planejamento Estratégico Como Prática Managerialista em Organizações Hospitalares

Nome: ANANDA BARCELOS BISI
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 17/11/2016
Orientador:

Nome Papelordem decrescente
LUCILAINE MARIA PASCUCI Orientador

Banca:

Nome Papelordem decrescente
BRUNO FELIX VON BORELL DE ARAUJO Examinador Externo
VICTOR MEYER JUNIOR Examinador Externo
ANDERSON SONCINI PELISSARI Examinador Interno
LUCILAINE MARIA PASCUCI Orientador

Resumo: Hospitais são caracterizados como Sistemas Adaptativos Complexos (SAC) por apresentarem significativa presença de características como: não linearidade, imprevisibilidade, dinamicidade das interações e agentes autônomos, os quais fazem com que o sistema aprenda e evolua continuamente, desafiando seus gestores. Visando maior profissionalização da gestão, essas organizações têm adotado
metodologias de gestão – tais como o Planejamento Estratégico (PE) – voltadas, principalmente, ao desempenho financeiro, nem sempre observando as peculiaridades organizacionais, caracterizando-se como uma prática reconhecida como managerialism. Diante desse contexto, este estudo questiona: Quais as implicações do Planejamento Estratégico no desempenho organizacional de hospitais, como Sistemas Adaptativos Complexos? Para tanto, investigou-se as características e a influência de elementos tais como interações, não linearidade e
aprendizado, no Planejamento Estratégico de duas organizações hospitalares da Região Sudeste. Esse estudo tem base em conceitos de Estratégia em Organizações e da Teoria da Complexidade. Trata-se de um estudo comparativo de casos, com corte transversal e de natureza qualitativa. Os dados foram coletados por meio de entrevistas em profundidade, observação não participante e documentos, os quais foram analisados por meio de técnicas de análise de narrativa
e análise documental. Resultados evidenciaram que o PE adotado nos Hospitais segue a orientação tradicional, ou seja, apresenta características managerialistas que tem no desempenho financeiro o seu foco principal. A não observação das especificidades organizacionais limitou a efetividade do PE nos hospitais investigados. As características de SAC permitiram compreender as razões das dificuldades encontradas: 1) a não linearidade é potencializada pela autonomia dos agentes e grupos de agentes por tratar-se de organização profissional; 2) as
decisões são fortemente influenciadas pela imprevisibilidade do hospital e, por isso, a dinamicidade das interações informais se torna mais efetiva do que o planejamento deliberado; 3) a capacidade de aprendizado dos agentes demonstrou ser essencial
para lidarem com o imprevisto, contribuindo para a gestão estratégica das organizações, não necessariamente por meio do Planejamento Estratégico. A partir desses resultados, conclui-se que, embora algumas estratégias planejadas tenham sido implementadas, prevalece na gestão estratégica de hospitais as estratégias emergentes, muito influenciadas pela multiplicidade e pluralidade de agentes, pelos interesses divergentes entre grupos (especialmente administrativo e profissional), e
pela constante necessidade de adaptação dos agentes para promover mudanças. Por tratar-se de um hospital, o desempenho assume uma vertente social que, juntamente com a financeira, além de não equilibrado se torna motivo de conflito para o público interno, especialmente, junto aos profissionais especialistas. Por fim,
o Planejamento Estratégico demonstrou cumprir um papel simbólico, legitimando a gestão dos hospitais perante o mercado.

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