A Vida na Fazenda: Sentidos Subjetivos do Servidor Fazendário Frente à Participação no Trabalho.

Nome: ROGÉRIO ZANON DA SILVEIRA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 31/03/2010

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA PAULA PAES DE PAULA Examinador Externo
MÁRCIA PREZOTTI PALASSI Orientador
MÔNICA DE FÁTIMA BIANCO Examinador Interno
SÉRGIO ROBERT DE SANT´ANNA Suplente Interno

Resumo: Este estudo aborda o tema da participação no trabalho no âmbito da Administração Pública. O conceito de participação adotado está associado às formas e aos meios pelos quais os trabalhadores e dirigentes de uma organização podem influenciar seus destinos (MOTTA, 1999), agregando-se a busca deliberada e consciente do trabalhador em participar do desenvolvimento da organização da qual faz parte, desde os níveis operacionais aos estratégicos. Os sujeitos pesquisados são sete auditores fiscais da receita estadual da Secretaria de Estado da Fazenda do Espírito Santo (SEFAZ), escolhidos num universo de aproximadamente 400 auditores. A delimitação do estudo é a Subsecretaria de Estado da Receita (SUBSER). O levantamento dos dados deu-se em quatro momentos empíricos e os instrumentos de pesquisa utilizados foram a conversação grupal, a redação e a entrevista aberta. O problema de pesquisa teve origem nas inquietações do pesquisador sobre a diversidade e a complexidade dos problemas relacionados à participação no trabalho, nem sempre possíveis de serem explicados a partir de elementos objetivos. Essa compreensão do problema norteou a opção pelo estudo de natureza qualitativa baseada na Epistemologia Qualitativa (REY, 2005) e as análises foram fundamentadas a partir da acepção de sentido subjetivo (REY, 2003, 2005). O autor defende que entre o pensamento e a linguagem está a emoção, e que por isso nem sempre os sentidos subjetivos podem ser captados nas expressões diretas do sujeito. O objetivo da pesquisa foi analisar os sentidos subjetivos do servidor fazendário frente à participação no trabalho. O referencial teórico é a teoria da subjetividade na perspectiva histórico-cultural de Gonzalez Rey (2003, 2005), que propõe uma concepção de subjetividade a partir de uma compreensão histórico-cultural do homem. Sua teoria rompe com a dicotomia entre o social e o individual, e passa a entender a subjetividade como produção permanente de sentidos subjetivos na pressão recíproca entre a subjetividade social e a individual. Os sentidos subjetivos mais relevantes identificados em cada um dos sujeitos pesquisados frente à participação no trabalho estão associados: em Egberto, à visão ideológica de mundo e à necessidade de participação estratégica na instituição; em Ana Lúcia, ao núcleo familiar, à necessidade de participar de discussões estratégicas que afetem seu setor, e à necessidade de ser respeitada; em Inácio, à autoestima e à necessidade de encarar o controle cultural institucional; em Vera, à jovialidade, ao novo e à mudança, e também à realização de trabalho em área mais próxima as suas aptidões e habilidades; em Plínio, à busca por desenvolvimento pessoal integral, à reverência às regras formais e, paradoxalmente, à aversão ao controle; em Carmem, à família, especialmente ao filho, e à necessidade de ser reconhecida pelo esforço empregado; em Gabriel, à simplicidade e à visão social, representada pela preocupação com a condição social do outro, sentido associado à necessidade de ver valor agregado em seu trabalho. Os dados possibilitaram ainda a identificação de elementos marcantes da subjetividade social prevalente na instituição, com destaque para: cultura baseada no controle; mistura entre relações de amizade e relações profissionais; e carência de espaços de participação. Ao final, foram sugeridas medidas no sentido de aprimorar a relação servidor-instituição e a participação do servidor no trabalho, e abordadas lacunas e limitações do estudo. Foram apontadas também questões que podem ser objetivo de estudo no futuro, relacionadas à pesquisa.

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